Cidadania, ética e valores morais



Cidadania, ética e valores morais
Espiritualidade.

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Paz Profunda.

Levy


sábado, 25 de dezembro de 2010

Sobre os Salários



A revolta pelo aumento dos salários dos parlamentares é grande. Com a aprovação da proposta, os deputados e senadores terão, a partir de fevereiro, um aumento de 61,08%; 133,96% nos vencimentos do presidente e 148,63% nos vencimentos do vice-presidente e dos ministros de estado. A aprovação relâmpago, segundo estudiosos do tema, provocará um efeito cascata nos estados e municípios e produzirá um acréscimo na folha de salários na ordem de R$142 milhões ao ano.
Um dos argumentos utilizados é o direito constitucional de se igualar os salários dos parlamentares aos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Além disso, a atitude que deixa a sociedade, mais uma vez, indignada é de que desde 2007 os vencimentos da “casa” estavam em desacordo com a inflação acumulada, até então. Só resta esclarecer que a inflação do período até os dias atuais é de 19,9%.
...
Também cabe ressaltar que o aumento do salário mínimo é sempre a mesma ladainha e os percentuais praticados são sempre irrisórios, o que deixa os trabalhadores cada vez mais insatisfeitos com a situação de desespero em que vivem. Afinal, de contas, plano de saúde é artigo de luxo. As filas do INSS e dos postos de saúde abreviam a vida de qualquer um. Se não for pela própria doença que, muitas vezes, os afligem, será pelo stress na demora do atendimento.
Vale lembrar que manter os deputados custa aos cofres públicos aproximadamente R$99 mil e R$120 mil os vencimentos dos senadores. Em outras palavras, podemos considerar que o produto da arrecadação de tributos financia os vencimentos dos congressistas. Sendo assim, um aumento considerado da folha de salários provocará, obviamente, aumento do gasto público.
Baseada nessa linha de raciocínio, uma pergunta não quer calar: Qual será a medida adotada para arcar com mais essa despesa? Seria um ajuste fiscal que prevê, principalmente, aumento da carga tributária? Seria esse um grande pretexto para que a CPMF ressurja das cinzas?
Hoje, a única resposta que temos é de que o brasileiro continua sofrendo com falta de hospitais e um atendimento digno de quem contribui com sua cota para que o poder público cumpra com o seu papel.

Artigo de Sueli Angarita
http://www.imil.org.br/artigos/e-os-salarios-o/

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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Quanto você paga de impostos?



O consumidor não sabe ao certo quanto paga de impostos nos bens ou serviços que consome, e nem como este dinheiro é distribuído.
Só para se ter uma idéia, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Paraná.:
Cada garrafa de água mineral consumida, 38% do valor é imposto. 
  • No arroz, feijão ou carne bovina estão incluídos 17% de tributos. 
  • Em uma taça de vinho, 55% do preço é imposto 
  • Em uma dose de caipirinha, 77% do valor vai para o governo. 
  • Celular, luz e água , respectivamente,46%, 48% e 38%. 
Ao todo, existem 85 impostos e taxas diferentes no país. O resultado disso é que os brasileiros trabalham praticamente de janeiro a maio somente para pagar tributos. Cerca de 40% do que cada brasileiro ganha no ano vai para os impostos. Isso por que pagar imposto é um dever do cidadão. Mas em contrapartida, devolvê-los para a sociedade, na forma de melhorias públicas, é um dever do governo.
Em nome destas melhorias que o setor público consumiu, em 2010, cerca de R$ 1,4 trilhão, assim ficam distribuídos: :
  • Governo Federal (R$ 800 bilhões), 
  • Estados (R$ 400 bilhões) 
  • Municípios (R$ 200 bilhões). 
Para pagar a conta, serão recolhidos até o fim do ano R$ 1,3 trilhão em impostos. 
A maior parte do dinheiro vem das empresas, que são responsáveis pela arrecadação de cerca de 70% do total. 
A carga tributária no Brasil é de 37% do PIB, o que significa que os cofres públicos recebem um valor que equivale a mais de um terço do que o país produz. 
Apesar de toda esta quantia trilionária, o resultado das contas públicas – a diferença entre a receita de impostos e as despesas do governo – deve fechar, em 2010, com R$ 100 bilhões no vermelho. Como o governo geralmente gasta mais do que ganha, acaba se endividando, pois pega emprestado para pagar suas contas. A dívida total já soma mais da metade de tudo o que o país produz em um ano. Uma gestão pública pouco eficiente, que distribui milhares de cargos segundo interesses políticos, e a corrupção, podem ser as grandes vilãs na história.
Diante disso, o quadro que fica é de um país no vermelho, que apesar de ficar com 40% da renda anual de seus cidadãos, não consegue pagar suas dívidas e nem sustentar satisfatoriamente o peso da estrutura do governo. Uma das saídas para que o Brasil cresça e gere ainda mais empregos pode estar exatamente nos tributos, na tão sonhada redução de imposto via reforma tributária, uma mudança evitada e constantemente adiada pelos governos.


Entenda como o dinheiro é distribuído pelo governo
Se chegar R$ 100 de imposto no setor público é assim que o dinheiro será dividido proporcionalmente: 
  • R$ 28,00 para a previdência 
  • R$ 15,00 para saúde e saneamento 
  • R$ 13,00 para a educação 
  • R$ 12,80 para pagar juros da dívida 
  • R$ 5,70 para custear a administração 
  • R$ 3,70 para transporte 
  • R$ 3,70 para segurança 
  • R$ 3,50 para assistência social 
  • R$ 3,20 para o Judiciário. 
  • R$ 8,40 para outras áreas 
  • R$ 3,00 em habitação e urbanismo. 
http://opiniaoenoticia.com.br/brasil/voce-sabe-quanto-paga-de-imposto-em-cada-produto/?ga=dtf


Caso o Brasil integrasse o rol dos países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), perderia apenas para a Dinamarca (48,2%), Suécia (46,4%), Itália (43,5%) e Bélgica (43,2%).
De acordo com a vice-presidente do IBPT, Letícia do Amaral, é surpreendente o fato de o Brasil ficar atrás somente de países europeus, altamente desenvolvidos.
“Ao contrário do Brasil, eles prestam serviços públicos de qualidade, garantindo à sua população saúde, segurança, educação, previdência social, boas estradas, reembolso de medicamentos, auxílio moradia e outros”, afirma.
No Brasil, a população precisa trabalhar 150 dias para custear a cobrança de tributos por parte do governo. “O brasileiro ainda tem de trabalhar outros quase cinco meses somente para pagar, ao setor privado da economia, os serviços públicos essenciais que o governo deveria garantir-lhe, pois é essencialmente para isto que os tributos são pagos”, diz Letícia.


Levy Compartilha.

Caro leitor, Como você avalia a cobrança de impostos no Brasil? 

Você acredita que uma das saídas para o crescimento do país é a reforma tributária?
Envie-nos o seu comentário.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Cidadania Planetária



Breves reflexões 


Vivemos momentos de profundas transformações sociais, e não temos, no plano histórico, referenciais adequados que sirvam de guias confiáveis para as nossas decisões presentes. Assim sendo, estamos inteiramente à mercê do que o futuro irá nos apresentar. Nossa capacidade de planejamento, inteiramente alicerçada em paradigmas que, em sua maioria, já se esgotaram, é questionada todos os dias. Com isso, ninguém mais se atreve a fazer previsões a longo e médio prazo. No máximo, surgem especulações e desenvolvimento de cenários possíveis quanto a como será o futuro dentro de uma ou duas décadas, caso algumas tendências principais se mantiverem. Cenários futuros são como as cartas de um jogo de baralho, com muitas probabilidades e poucas certezas. Teremos conhecimento e sabedoria suficientes para o enfrentamento desse futuro tão incerto, que se aproxima cada vez mais rápido? 

O mundo está pedindo, quase que implorando, novas visões e novos comportamentos éticos, seja entre os próprios seres humanos ou em relação ao Planeta, o que inclui todas as formas de vida. A grande verdade é que não podemos mais prosseguir em direção ao futuro contando apenas com a bagagem que era considerada perfeita até alguns anos atrás. Tudo mudou. E mudou rapidamente. O que ocorria no espaço de duas ou três gerações, hoje acontece no período de uma só geração. E, às vezes, até menos. 

Mas não é somente a Terra que sofre. Todos nós, seres humanos, estamos sofrendo de alguma forma. Quem não estiver sofrendo fisicamente, estará sob a forte tensão gerada pela incerteza e insegurança. Além disso, em meio à Natureza, há um sofrimento calado por parte de todas as formas de Vida. Um grande efeito desse sofrimento contínuo, é que estamos cada vez mais acostumados com ele. Já não nos causa espanto e faz parte do cotidiano. Essa banalização do sofrimento é muito problemática para qualquer sociedade. Ao perdemos, coletivamente, a capacidade de fraternidade, compaixão e solidariedade, cada ser humano fica entregue à sua própria sorte. A civilização fica sob sérios riscos, pois perde, coletivamente, o senso crítico. 

Demografia, ciência, tecnologia, meio ambiente e política formaram um caldo de cultura problemático, incontrolável e explosivo. Não se pode esquecer as questões religiosas e o fundamentalismo crescente no mundo inteiro. Quem se atreve a planejar em meio a um conjunto de variáveis tão difíceis? Um mundo que hoje é caracterizado pela complexidade e incerteza, em constante mudança. O grande problema é que permitimos que o atual sistema econômico-industrial avançasse muito e sem regras definidas. Confundimos crescimento com desenvolvimento, esquecemos a dimensão humana, transformamos cada indivíduo em consumidor e deixamos o problema crescer em demasia. As principais mudanças que hoje são necessárias teriam de ocorrer décadas atrás, quando as coisas ainda estavam em estado latente. Mas a visão que permitiu à Humanidade observar criteriosamente os seus próprios problemas só surgiu no final do século XX. Até então, estávamos vivendo dentro do próprio problema e sem condições de um ponto externo privilegiado que nos permitisse avaliar a tudo aquilo que fazia parte de nossas vidas. Esse ponto privilegiado é o grande acervo de conhecimentos alcançados nos últimos anos. Mesmo assim, ainda não é para todos. 

As mudanças profundas que caracterizam o momento atual trouxeram muitos benefícios inegáveis. Ir contra o avanço do conhecimento e tudo o que ele nos proporcionou seria um ato terrível. O erro principal está no conhecimento sem consciência, pois o conhecimento é um inegável tesouro para quem sabe lidar com ele, mas uma maldição quando em mãos e mentes sem ética. Por isso, surgiram problemas com os quais sequer sonhávamos em meados do século XX, quando tudo parecia ir bem e que o mundo entraria numa fase áurea, desde que os Estados Unidos e União Soviética resolvessem as suas diferenças. A Guerra Fria acabou, a terrível ameaça do holocausto nuclear não se concretizou e, mesmo assim, o Planeta tornou-se o palco de intermináveis problemas. Ocorreu tudo ao contrário do que era esperado ou, pelo menos, sonhado. Onde teríamos errado? A resposta é simples e clara: erramos por não termos gerado, antes de todos os problemas sofrerem um agravamento, as condições necessárias para a formação de uma consciência planetária. 

É claro que os enfoques são diferenciados para cada um dos seus integrantes. Isso se explica porque vivemos no mundo da diversidade: biológica e cultural. Diferentes religiões, diferentes formas de expressar a espiritualidade, diferentes idiomas, diferentes ideologias e sistemas econômicos, diferentes visões de mundo. Diferenças, diferenças e mais diferenças... Como integrar tudo isso? Não será fácil. Contudo, apesar das diferenças, temos um fator comum: a nossa humanidade. Os livros de medicina, por exemplo, servem tanto para curar os orientais quanto aos ocidentais. 

Não viemos para este mundo para desfrutar de férias prolongadas, um breve intervalo temporal em meio à eternidade. Viemos para este mundo com a missão de torná-lo melhor, para nós e nossos descendentes. Viemos em busca de significado e sentido. Ao tornar o mundo melhor, passaremos por um processo interior semelhante. Tenho uma visão espiritual a respeito e sigo os seus parâmetros. Pelo menos para mim tem dado bons resultados. 

A meu ver, a “Hora da Terra é agora”. Não temos mais condições de aguardar que outros façam o que nos cabe por direito e dever, mesmo porque a maioria absoluta das pessoas está preocupada com as dificuldades de sua própria vida, quando não a mais cruel, dura e realista sobrevivência, a luta do cotidiano. Portanto, cada um de nós, conscientes dos problemas, terá de trabalhar de forma a compensar a inércia de milhares de pessoas. Este é o grande desafio para todos aqueles que resolverem trabalhar pela Terra. E quando falamos em trabalhar pela Terra, não se trata apenas de resolver as questões ambientais. Trata-se de tudo o que existe neste Planeta. Não podemos mais tratar apenas de questões pontuais, específicas, resolvendo um problema e dando origem a outro, por vezes bem maior e mais grave. A visão sistêmica, holística e integradora, é uma característica desta época. 

A Humanidade está atingindo a sua maioridade planetária, pronta para uma maioridade cósmica. Passaram a fazer parte da “teia da Vida”, ou seja, despertaram definitivamente para a missão pessoal. Suas vidas nunca mais foram as mesmas. Tudo mudou e mudará mais ainda. 

Deve-se esclarecer que todos os seres humanos são seres planetários. Até mesmo uma simples bactéria é um ser planetário. Mas a cidadania planetária é a consciência de um ser planetário quanto seus próprios direitos e deveres por ter nascido na Terra. Assim, saber quem somos nós é muito importante. Precisamos, portanto, saber onde estão os nossos concidadãos planetários, aqueles que já despertaram e estão dispostos a trabalhar pela Humanidade. 

A “Carta da Terra” deve tornar-se o código de conduta e atuação do Cidadão Planetário. No preâmbulo da Carta da Terra encontramos o rumo a ser tomado pela Humanidade: “...é imperativo que nós, todos povos da Terra, declaremos as nossas responsabilidades uns aos outros, bem como o respeito à vasta comunidade dos seres vivos e das gerações futuras.” Mas quem seriam tais cidadãos? Como escolheríamos tais pessoas? Quais critérios seriam estabelecidos para tão difícil seleção? Existiriam essas pessoas? Uma das exigências seria a de que o indivíduo revelasse um amor incondicional não só pela Humanidade, mas por tudo o que existe na Terra. Em outros termos, pela “Obra da Criação”. Além disso, tais pessoas seriam as precursoras de uma nova era no relacionamento entre os povos. 

Por um privilégio cósmico, habitamos o mais belo e hospitaleiro planeta do Sistema Solar. Estarmos aqui é um grande merecimento e deveríamos agradecer ao Poder Superior, durante todos os dias de nossa existência, por um presente tão significativo. Cada momento vivido, de forma consciente, é único e sagrado, assim como cada Vida é sagrada e pertencente ao Universo. Graças à nossa ação irrefletida, talvez estejamos impedindo a possibilidade de realização de um fabuloso Projeto Cósmico, cujo alcance e propósito não podemos, ainda, sequer imaginar, mas que certamente dele faríamos parte. 

Segundo Max Weber, o sociólogo alemão, a Humanidade teria três fontes básicas de motivação: a espada (força), o dinheiro (ganância) e as palavras (sonho). As duas primeiras já mostraram as suas falhas. Portanto, resta-nos apenas o sonho, o portal da esperança quanto a um mundo melhor, justo e seguro.

 Recorte de trechos extraídos do Projeto Águia Por Paulo R. C. Medeiros
Membro do Conselho Mundial de Cidadania Planetária 


Leia na integra clicando no link abaixo:

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domingo, 5 de dezembro de 2010

Está Despedido



Você é diretor de uma indústria de geladeiras. O mercado vai de vento em popa e a diretoria decidiu duplicar o tamanho da fábrica. No meio da construção, os economistas americanos prevêem uma recessão, com grande alarde na imprensa. A diretoria da empresa, já com um fluxo de caixa apertado, decide, pelo sim, pelo não, economizar 20 milhões de dólares. Sua missão é determinar onde e como realizar esse corte nas despesas.
Esse é o resumo de um dos muitos estudos de caso que tive para resolver no mestrado de administração, que me marcou e merece ser relatado. O professor chamou um colega ao lado para começar a discussão. O primeiro tem sempre a obrigação de trazer à tona as questões mais relevantes, apontar as variáveis críticas, separar o joio do trigo e apresentar um início de solução.
"Antes de mais nada, eu mandaria embora 620 funcionários não essenciais, economizando 12 200 000 dólares. Postergaria, por seis meses os gastos com propaganda, porque nossa marca é muito forte. Cancelaria nossos programas de treinamento por um ano, já que estaremos em compasso de espera. Finalmente, cortaria 95% de nossos projetos sociais, afinal nossa sobrevivência vem em primeiro lugar". É exatamente isso que as empresas brasileiras estão fazendo neste momento, muitas até premiadas por sua "responsabilidade social".
Terminada a exposição, o professor se dirigiu ao meu colega e disse:
-Levante-se e saia da sala.
-Desculpe, professor, eu não entendi - disse John, meio aflito.
-Eu disse para sair desta sala e nunca mais voltar. Eu disse: PARA FORA! Nunca mais ponha os pés aqui em Harvard.
Ficamos todos boquiabertos e com os cabelos em pé.
Nem um suspiro. Meu colega começou a soluçar e, cabisbaixo, se preparou para deixar a sala. O silêncio era sepulcral.
Quando estava prestes a sair, o professor fez seu último comentário:
-Agora vocês sabem o que é ser despedido. Ser despedido sem mostrar nenhuma deficiência ou incompetência, mas simplesmente porque um bando de prima-donas em Washington meteu medo em todo mundo. Nunca mais na vida despeçam funcionários como primeira opção. Despedir gente é sempre a última alternativa.
Aquela aula foi uma lição e tanto. É fácil despedir 620 funcionários como se fossem simples linhas de uma planilha eletrônica, sem ter de olhar cara a cara para as pessoas demitidas. É fácil sair nos jornais prevendo o fim da economia ou aumentar as taxas de juros para 25% quando não é você quem tem de despedir milhares de funcionários nem pagar pelas conseqüências. Economistas, pelo jeito, nunca chegam a estudar casos como esse nos cursos de política monetária.
Se você decidiu reduzir seus gastos familiares "só para se garantir", também estará despedindo pessoas e gerando uma recessão. Se todas as empresas e famílias cortarem seus gastos a cada previsão de crise, criaremos crises de fato, com mais desemprego e mais recessão. A solução para crises é reservas e poupança, poupança previamente acumulada.
O correto é poupar e fazer reservas públicas e privadas, nos anos de vacas gordas para não ter de despedir pessoas nem reduzir gastos nos anos de vacas magras, conselho milenar. Poupar e fazer caixa no meio da crise é dar um tiro no pé. Demitir funcionários contratados a dedo, talentos do presente e do futuro, é suicídio.
Se todos constituíssem reservas, inclusive o governo, ninguém precisaria ficar apavorado, e manteríamos o padrão de vida, sem cortar despesas. Se a crise for maior que as reservas, aí não terá jeito, a não ser apertar o cinto, sem esquecer aquela memorável lição: na hora de reduzir custos, os seres humanos vêm em último lugar.

Stephen Kanitz
Artigo Publicado na Revista Veja, edição 1726, ano 34, nº45, 14 de Novembro de 2001.


http://blog.kanitz.com.br/2010/11/


tags:comportamento, responsabilidade social


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