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Pierre Lévy, o defensor da Inteligência Coletiva
Introdução
A Internet é uma mídia informativa recente e suas repercussões e aplicações na sociedade atual ainda não foram devidamente dimensionadas. O filósofo francês Pierre Lévy, da Universidade de Ottawa, Canadá, é um dos maiores estudiosos sobre o assunto.
Lévy, de 46 anos, tem formação em História das Ciências, Sociologia e Filosofia, com experiência técnica na concepção de sistemas de informação inteligentes. Seu último livro, Cibercultura, relata diversas experiências realizadas através da Internet.
No final do mês de agosto, Lévy realizou a palestra "Internet e Desenvolvimento Humano", promovido pelo SESC-SP, na unidade Vila Mariana.
As idéias de Lévy
Na palestra, Lévy reafirmou a importância da Internet na sociedade atual, desconsiderando o argumento de que o problema da Internet é a dificuldade ao acesso das pessoas.
"A Internet é um instrumento de desenvolvimento social. Devemos lembrar que a escrita demorou pelo menos 3000 anos para atingir o atual estágio, no qual todos sabem ler e escrever. A Internet tem apenas 10 anos", ponderou. "O importante é ver o índice de pessoas plugadas", concluiu.
Com a popularização da Internet, novos conceitos estão sendo criados para designar os novos fenômenos. Este é o caso da Árvore do Conhecimento, um programa desenvolvido por Lévy, no qual os membros de um grupo alimentam um banco de dados com informações sobre o que podem e gostam de fazer.
O programa mapeia as listas de todos os membros e identifica a árvore de conhecimento daquele grupo.
Inteligência coletiva
Outro termo desenvovido por Lévy é o da Inteligência Coletiva, um princípio onde as inteligências individuais são somadas e compartilhadas por toda a sociedade, potencializadas com o advento de novas tecnologias de comunicação, como a Internet.
"Ela possibilita a partilha da memória, da percepção, da imaginação. Isso resulta na aprendizagem coletiva, troca de conhecimentos", disse o filósofo francês.
Há uma espécie de ecossistema das idéias humanas, na qual as informações são trocadas e selecionadas por cada indivíduo.
"Somos nós que fazemos viver. Fazemos viver num mundo das idéias", afirmou.
Evolução do homem
Lévy lembrou que a evolução do homem foi possível graças às habilidades que desenvolvemos e que nos difere dos animais. São elas:
- a construção de diálogos (mundo de significados). Nos questionamos, conversamos com o outro, estabelecemos diálogos.
- o contar histórias (percepção do tempo)
- a organização do pensamento (estabelecemos relação de causa e efeito)
"Os mitos são relatos. Hoje não são muitos, mas nós contamos histórias e as pessoas guardam essas histórias que são somadas ao acervo da humanidade. Isso é inteligência coletiva", disse.
Estágios da comunicação
Na palestra, Lévy também situou o ciberespaço no desenvolvimento da comunicação humana. São cinco estágios:
- oralidade: mitos, ritos, transmissão oral.
- escrita: memória, técnica autônoma da imagem.
- alfabeto: universalização e digitalização da escrita.
- Imprensa: reprodução técnica do alfabeto e das imagens
- Ciberespaço: ecossistema de idéias e constituição da noosfera
Veja a versão da conferência de Pierre Lévy, no SESC Vila Mariana, no dia 29 de agosto.
Clique aqui para a Íntegra da Conferência
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