Quando a inteligência consegue dominar as forças cegas para que elas sirvam ao bem geral, como é o exemplo das que geram a energia elétrica, de imediato surge a claridade e a ordem; porém, se pelo contrário são as forças cegas as que paralisam a inteligência, convertendo-a em autômato, logo reina a obscuridade e o caos.
No desenvolvimento dos movimentos cívicos, cumprem-se etapas nas quais predomina o passionalismo partidário; são forças cegas que convergem numa só direção:chegar ao poder.
Mas, uma vez nele, essas forças devem tornar-se forças inteligentes que temperem e encaminhem todas as demais para uma conciliação harmônica dos interesses gerais.
A arte de governar consiste, pois, em realizar uma obra-mestra, plasmando no grande quadro da vida nacional a perspectiva de um porvir em que apareçam projetados os esforços e afãs de todos os habitantes do país, cada um na esfera de sua capacidade, possibilidade e atividade.
Qualquer setor que faltasse nesse quadro, à semelhança de uma cor não alcançada, empobreceria sua perspectiva.
A obra de governar é extremamente árdua e difícil, tanto pela índole dos problemas a encarar e resolver como pela multiplicidade deles.
O governante, premido muitas vezes pela urgência, que nem sempre dá tempo para amadurecer as reflexões, vê-se diante de dilemas cuja solução o leva até ao sacrifício de seus próprios pensamentos ou pontos de vista.
Trechos extraídos de artigo da Coletânea da Revista Logosofia, tomo 2, p. 246
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